Imagem ilustrativa – Reprodução internet.
O grande projeto da extrema direita investe em todas as frentes que possam centralizar e favorecer o patrimônio e monopólio do capital pela classe dominante. Está em tramitação no Congresso, com o apoio irrestrito do Senador Fávio Bolsonaro, a PEC das praias, que foi apresentada em 2011 pelo ex-deputado Arnaldo Jordy (Cidadania-PA). Entretanto, só em 2022, ela foi aprovada pela Câmara dos Deputados e seguiu para o Senado, onde passou a ser discutida na última semana.
O governo já expressou o total repúdio à proposta. Na discussão, nada de ideologia.
O que se vê na proposta é unicamente o favorecimento da expeculação imobiliária. Nada que venha a favorecer quem usufrui de áreas públicas para lazer e entretenimento - o popular banho de mar, no caso das praias.
A marinha já disse que também não concorda porque isso iria impactar a propria soberania nacional, o desenvolvimento econômico e a proteção do meio ambiente.
Um detalhe tornou a discussão ainda mais acolorada e ganhou o mundo das redes sociais quando a atriz Luana Piovanni fez referência ao jogador Neymar, que tem investimentos vultosos em resorts de luxo e que se beneficiariam com a privatização. Foi um festival de baixarias as palavras trocadas entre eles por meio das redes. Acusações e palavras de baixo calão, teve de tudo.
Entendendo a proposta
A PEC prevê a transferência dos terrenos de marinha, sob domínio da União, para empresas privadas, municípios e estados. Assim a União perderia o domínio dessas áreas salvaguardadas pela constituição de 1988.
O que essa gente quer é beneficiar os donos do capital. Não importando se isso vai impactar a soberania nacional, o desenvolvimento econômico ou a proteção do meio ambiente.
Aquele grupo politico, que polariza qualquer discussão, já está projetando no esgoto das redes sociais que a esquerda está indo de encontro à proposta por ideologia comunista. Não tem nada disso o que a esquerda quer é ver a constituição ser respeitada em sua plenitude. O que a esquerda está fazendo é se posicionando em uma trincheira para conter o avanço de uma ideia privacionista de retenção de poder econômico nas mãos gananciosas do capital, do poder de propriedade. Nesse mundo privado, o povo não tem vez, não tem voz.
A PEC sendo aprovada, você que costuma, num fim de semana, ir à beira-mar, torrar ao sol, mergulhando em águas salgadas, chupando um din-dim ou tomando uma cerveja corre o risco de ser barrado em certas faixas de praia, ou você paga para ter acesso ao mar, ou, nem pagando você vai conseguir molhar os pés à beira-mar. Pense nisso.
Paulo Sergio C. Azevedo
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